sexta-feira, 7 de março de 2008

Prometeus - The Media Revolution

Esse video foi indicado pelo meu amigo e jornalista Luiz Galvão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa será que um dia isso vai acontecer mesmo?

Luiz Galvão disse...

Olá Ana.
Quero parabenizá-la mais uma vez pelo blog.Há um bom exemplo de coaboração entre blog e alunos nos EUA que eu gostaria de compartilhar com você e mais adiante falo sobre blogs como fenômeno da cibercultura.

O mexicano Ulises Ali Mejias é um educador e tecnoculto teórico cujos interesses de investigação incluem rede sociabilidade, a filosofia da tecnologia, design e aprendizagem.É também doutorando na Columbia University, onde leciona uma licenciatura/seminário sobre o affordances social dos media. Sua dissertação, "Networked Proximidade: TIC's e da mediação de proximidade" lida com a redefinição de relevância social por meios digitais e explora os limites da rede como metáfora e modelo para organizar realidades sociais.Um resultado de seu trabalho "Teaching Social Softwares with Social Software" no Teachers College da Universidade Columbia é citado no livro "Conectado", de Juliano Spyer, lançado em setembro de 2007.
Colei aqui parte do caítulo 15-"Existe educação colaborativa?Tudo aliás muito próximo à proposta do seu curso curso.
"Os estímulos para o trabalho colaborativo fora do "mercado" da classe podem ser melhores que os de dentro e seus resultados não são tratados como propriedade exclusiva do alunio.
A abertura de oportunidades para a pesquisa e troca de conhecimento tende a formar uma ética de compartilhamento em expansão contínua.O estudante assume o papel de condutor e multiplicador da experiência em sala de aula.
Estimular a criação de alguns espaços de ensino em pares ,- onde o professor se coloque como mediador do diálogo convidando os estudantes a reconhecer o que sabem, atender à própria curiosidade e ensinar aos outros- não inviabiliza a dinâmica tradicional e pode enriquecer o desempenho acadêmico dos alunos.
O uso em sala de aula de ferramentas colaborativas não começa e termina no elemento tecnológico.Mais do que se acomodar à dinâmica de trabalho do professor, ferramentas como chat, blog e sites de networking e bookmarking social desorganizam hábitos e rotinas relacionados a disciplina, avaliações e didática.Mas para utilizar ações colaborativas, o sistema de avaliação carece levar em conta outros valores além da competitividade para medir o desempenho individual, como liderança, solidariedade, capacidade diplomática, mediadora e para contemporização, além de articulação verbal, capacidade de análise, raciocínio e argumentação".
"......A proposta era permitir que a turma analisasse criticamente as vantagens de aplicação de softwares sociais para a promoção de causas de interesse público, embora a mesma dinâmica possa ser aplicada na condução de disciplinas e projetos de pesquisa compartilhada a respeito de qualquer assunto.
Ao longo do processo, os alunos tiveram duas preocupações: participar das discussões coletivas e registrar suas experiências, impressões e descobertas.A turma aprendeu como criar blogs, editar wikis, fazer bookmarking social usando o site del.ici.ous e aplicar a tecnologia de RSS para distribuir informações pelo grupo.Em termos de metodologia de trabalho, a meta do curso era capacitar os estudantes a administrar o conteúdo pesquisado, documentar essa informação e participar da redação de um texto sintetizando o aprendizado coletivo.
Junto com as leituras e discussões sobre comunidades e colaboração, os alunos foram convidados a aplicar seu aprendizado para promover uma causa social de sua preferência.A turma funcionava como uma comunidade de pesquiza distribuída, cada um desenvolvia suas análises individualmente e compartilhava os resultados com o grupo.Uma parte das atividades aconteceu em classe, mas o grosso das interações se deu online.
A utilização de uma ferramenta de bookmarking social foi determinante para que as trocas acontecessem de maneira eficiente.Os participantes registravam os links para suas descobertas pelo site del.ici.ous.Entre os "tags" de classificação, incluiam sempre a sigla "ccte" para facilitar a localização do conteúdo disponibilizado pela turma.Os alunos do curso usaram o filtro de RSS do site para receberem notificações por e-mail sempre que uma página com etiqueta "ccte" fosse acrescentada.
Mas além de ensinar a gerir recursos de informação, a meta do curso era transformar os estudantes em contribuintes e não apenas receptores de informação.Isso exigiu que Ulises abrisse mão da posição de fonte de informação para agir como um facilitador do processo de aprendizado apontando soluções para dificuldades e instigando o debate.Apesar de perder a "autoria" do curso- na medida em que os estudantes estavam aprendendo uns com os outros-. ganhou a possibilidade de também expandir seu conhecimento sobre o assunto.
Todos os participantes tiveram de criar e gerir blogs individuais com RSS para analisar e comentar as leituras e discussões.Com isso vivenciaram questões relacionadas à busca de sua voz individual, frequência de postagem, formação de alianças com blogs extracurso, inclusão de aplicativos como sitemeter para registrar o tráfego e RSS para distribuir automaticamente suas postagens e personalizar o visual da ferramenta, temas recorrentes de quem utiliza esse método de publicação.

A idéia de usar blogs para a promoção de uma causa social levou os participantes do curso a desenvolverem os seguintes projetos:
*comunidade para educadores da área de ci~encias atuando em países em desenvolvimento.
*iniciativa para promover podcasting como tecnologia educacional;
*rede online para promover a cidadania global pelo intercâmbio estundantil;
*wiki para protestar contra a construção de duas torres em um dos bairros tradicionais de Manhattan;
*wiki para pessoas interessadas em Israel e os vários aspectos da vida judaíca;
*blog e wiki para conscientizar a comunidade universitária a respeito da utilização de tecnologia para a acessibilidade de deficiente;
*proposta de desenvolvimento de um sistema de prateleiras de conteúdo digital para promover o compartilhamento de conhecimento.

Os estudantes foram avaliados nessa iniciativa por documentar a experiência e ver como a aplicação da ferramenta contribuiu para o sucesso ou para o fracasso.
A turma decidiu escrever coletivamente um documento intitulado "Padrões de design para comunicação social".Cada participante editou o conteúdo do wiki a partir de suas experiências e aprendizado ao longo do curso.E o desempenho individual foi medido no blog de cada estudante e a participação nas discussões e atividades propostas- como recomendação de leituras e relatórios feitos periodicamente no blog."


Há muitas crítica com relação a blogosfera que virou um fenómeno da cibercultura em apenas dez anos.Creio que seja cedo para julgar uma realidade e sua importância e relevância como ferramenta de informação e colaboração.
Os críticos mais vorazes falam que o blog só aumenta a desinformação o alarde e a disseminação de pessoas e comunidades com interesses em pedofilia,pornografia entre outros temas, o que sempre esteve presente na sociedade.
A internet já é um tecido social, um apêndice do corpo.Ambos, cérebro
e rede, têm centenas de bilhões de neurônios(ou páginas da web)mas o cérebro não aumenta de tamanho.
Os maiores críticos dos blogs estão na verdade enrustidos e desesperados dentro da nossa velha mídia.A gente só vê nos telejornais ou qualquer outro noticiário matérias com denúncias pelo uso "incorreto" dessa rede que nada mais é do que a extensão mínima da globalização dentro de chips.Sites pornográficos, tráfico de mulheres para prostotuição, drogas etc.E ainda chamam os hackers de piratas, quando na verdade são justamente eles que dão vida e constroem a rede.Você sabe, o www foi criado por um hacker, o inglês Tim Berner.
"Piratas" são conhecidos como crackers.Mas não se vê nenhum repórter ou "veículo bem" informado falando isso.
Jornalistas dizem que o blog acaba com o "verdadeiro" jornalismo, tornando-o mais banal, popularesco e alienante.Esquecem do sucesso dos blogs de grandes feras do jornalismo como Ricardo Noblat.
Até parece que velha mídia já não fizesse esse papel muito bem.
Pedofilia sempre existiu e se está na rede é por ser mais uma realidade a ser debatida pela sociedade livremente.É um exemplo forte do fenômeno da evolução da internet.Há na Holanda muitos pedófilos conectados em sites e que pretendem discutir seus "propósitos e justificativas", com a sociedade ou criar segmentos políticos, fazendo assim uma esécie de comparação com os movimentos gays do passado.Tem um pedófilo preso nos EUA que argumentou que as crianças devem ter liberdade de escolher com quem querem fazer sexo.Parece até macabro, eu diria.No entanto a liberdade na rede se confirma com a responsabilidade e ética entre emissor e receptor.Nem sabemos se o homem vai dominar esse monstro que é sua extensão cerebral ou se o montro, a máquina, nos tornará tão dependentes e dominados.Coisa meio Matrix, né?
Kevin Kelly, guru da cultura digital e autor do livro Out of Control,1994, especula que "quando a união do nascido e do fabricado estiver concluída, nossas criações vão aprender, se adaptar, se consertar e evoluir...Entretanto a medida em que libertamos as forças vivas para dentro das nossas criaturas mecânicas, nós perdemos o controle sobre elas.Elas se "desdomesticarão"...Esse, então, é o dilema que os Deuses devem aceitar: que eles não terão mais soberania completa sobre suas melhores criações.O mundo do fabricado será em breve o mundo do nascido: autônomo, adaptável e criativo mas, consequentemente, fora do controle.Eu acho que será uma grande barganha".
Em 2005, ele escreveu na Wired..."na medida em que dispositivos computadorizados aparecem embutidos em todas as coisas, de roupas a ferramentas, de carros a telefones, esses equipamentos tornarão possível uma melhor vigilância por parte de governos e negócios.
Por outro lado, Yochai Benkler, professor de Direito da Universidade Yale, EUA, especialista em mundo digital, acredita na perspectiva de perdermos o controle para um organismo emergencial emergente.."uma guerra, uma crise econômica, disponibilidade tecnológica,e coação formal do comportamento pelas leis e instituições similares podem prejudicar e ter influências nas mudanças em termos de liberdade, da justiça e da produtividade na sociedade da informação.E pergunta: estamos prontos para viver e administrar um mundo onde as demandas do mercado e do lucro comercial não determinam as escolhas políticas?" ( a rede)

Isso significa que vivemos o perigo de legislação sobre o futuro da internet e da liberdade na rede..Lobys corporativos e políticos querem acabar com tudo, até com os softwares livres.Disney, Holywood,Gravadoras,Globo e Governos, etc.....
Na verdade, blogs são objetos de estudos nas ciências da comunicação.
Abraços.